A Alliance to End Plastic Waste divulgou o seu Progress Report 2024: Evolving for Impact, que assinala cinco anos de atividade, e anunciou a estratégia para 2030.

Desde a sua criação em 2019, a Alliance e os seus parceiros afirmam ter reduzido 239.985 toneladas de resíduos plásticos não geridos e valorizado 253.211 toneladas.

A organização vai concentrar esforços em programas de maior escala, quer em geografias selecionadas, quer em áreas-chave de desafio, com o objetivo de promover mudanças sistémicas e soluções de alto impacto para reduzir e reciclar resíduos plásticos.

Um dos pilares será a mobilização de capital, expandindo modelos de financiamento e parcerias para desbloquear o investimento necessário ao avanço da reciclagem, especialmente em países em estágios iniciais de maturidade.

O relatório destaca seis projetos com verificação independente, como a African Reclaimers Organisation (África do Sul) e a Recicleiros (Brasil), que demonstraram resultados tangíveis na redução e reciclagem de plástico.

A organização refere ainda que 610,89 milhões de dólares foram comprometidos por terceiros e investidores de impacto em iniciativas alinhadas com a sua missão, incluindo capital semente para o Plastic Circularity Fund, gerido pela Lombard Odier Investment Managers.

Ao longo dos últimos cinco anos, foram criados 2.134 empregos formais em projetos da Alliance, muitos destinados a melhorar as condições de trabalho de trabalhadores informais de resíduos.

A partir de agora, a Alliance passará a co-desenvolver iniciativas integradas e de maior dimensão com governos, instituições financeiras e outros parceiros estratégicos, abandonando o apoio a projetos mais pequenos. Entre as ações previstas estão o aumento da taxa de reciclagem, melhorias na gestão de resíduos e captação de investimento através de blended finance, financiamento concessionado e parcerias com entidades públicas e privadas.

A Alliance também apresentou o seu Solution Model playbook, que propõe formas de converter resíduos plásticos mistos em produtos de valor, com baixos requisitos de investimento e tecnologia, para facilitar a adoção em países com sistemas de reciclagem menos desenvolvidos. O modelo baseia-se em experiências implementadas na Costa Rica, Gana, África do Sul, EUA, Filipinas, entre outros.

Nos últimos anos, a organização enfrentou críticas, incluindo acusações da Greenpeace de que os membros produzem muito mais plástico do que o que foi recolhido, alegações que a Alliance rejeita por considerar “sem base factual”.