A ETSA inaugurou hoje, em Coruche, a nova unidade industrial ProHy, um projeto para transformar subprodutos alimentares em ingredientes de elevado valor.
O investimento ascende a 20 milhões de euros, dos quais 6,5 milhões foram apoiados pelo PRR, no âmbito do Pacto da Bioeconomia Azul, coordenado pela Inovamar.
A ProHy resulta de seis anos de investigação conduzida pela equipa da ETSA em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa. A unidade assenta numa tecnologia proprietária de hidrólise natural, sem recurso a químicos, que permite a produção de proteína hidrolisada, gordura e fração mineral com elevado potencial de aplicação.
Diferente dos processos concorrentes de hidrólise enzimática, a tecnologia ProHy integra um mecanismo intrínseco de microencapsulamento, que amplia as possibilidades de utilização e posiciona os produtos em segmentos internacionais de alto valor. As primeiras exportações destinam-se aos setores de petfood premium, aquacultura e farmacêutica veterinária, com mercados identificados na Europa, Estados Unidos e Ásia.
A fábrica arranca com 14 postos de trabalho diretos, número que poderá duplicar a médio prazo, contribuindo para o desenvolvimento económico regional e para a retenção de talento altamente qualificado.
A nova tecnologia permite reduzir até 90% das emissões de gases com efeito de estufa ao evitar a deposição em aterro de matérias-primas sem valor para consumo humano. A unidade foi concebida com um modelo escalável, que poderá duplicar a capacidade produtiva e, no futuro, evoluir para aplicações na alimentação humana, em linha com as metas nacionais e europeias de descarbonização e transição verde.
O projeto insere-se na visão estratégica da ETSA de apostar em produtos baseados em investigação, desenvolvimento e práticas de economia circular. O ETSA ProHy venceu a segunda edição do Prémio Nacional de Inovação (PNI) na categoria Negócio/Agricultura e Indústria, distinção atribuída em parceria com a Nova SBE.
Para além da produção, a unidade foi pensada como plataforma contínua de inovação, com planos para novos investimentos em I&D, incluindo análise molecular de proteínas e ADN, que irão reforçar o controlo de qualidade e permitir o desenvolvimento de novas gerações de produtos diferenciados.