Michel Giannuzzi, Chairman da Verallia, foi eleito por unanimidade novo presidente da FEVE – Federação Europeia dos Fabricantes de Embalagens de Vidro, durante a Assembleia-Geral da organização realizada a 12 de junho, em Bruxelas.
A escolha ocorre num momento decisivo para a indústria do vidro de embalagem, que se encontra no epicentro das transformações legislativas e ambientais da União Europeia.
"É uma verdadeira honra ter sido eleito presidente da FEVE. Representar uma indústria que contribui de forma tão decisiva para embalagens bonitas, seguras e sustentáveis é um privilégio. A minha prioridade será reforçar o empenho coletivo na descarbonização e na inovação, garantindo que o setor do vidro permanece competitivo e alinhado com a transição verde europeia", afirmou Michel Giannuzzi após a sua nomeação.
Com presença em 23 países e mais de 20 milhões de toneladas produzidas anualmente, este setor gera 125 mil postos de trabalho diretos e viabiliza mais de 140 mil milhões de euros em valor de comércio associado a bens embalados em vidro. A sua dimensão industrial e o caráter local das operações tornam o setor num elemento-chave para a autonomia estratégica da Europa em matérias-primas e embalagens.
Para Giannuzzi, o vidro representa “o material circular por excelência”. A sua reciclabilidade, segurança e papel essencial na conservação de alimentos, bebidas, cosméticos e produtos farmacêuticos fazem dele a escolha de muitos consumidores e uma referência para as marcas.
"Como indústria, estamos profundamente empenhados em investir na descarbonização da produção de embalagens de vidro, mas necessitamos de um enquadramento político coerente com os nossos ciclos de investimento e com os desafios reais do terreno. O Clean Industrial Deal é um passo positivo, e estamos prontos a contribuir para a sua implementação bem-sucedida", afirmou Martin Petersson, CEO da Ardagh Glass Packaging-Europe e presidente cessante da FEVE.
A eleição de Giannuzzi acontece numa fase crítica de transformação do setor. Os fabricantes de vidro têm já em curso cerca de 100 projetos de inovação e descarbonização, que incluem fornos híbridos elétricos, soluções de ecodesign, sistemas de recolha e reciclagem mais eficazes, entre outros investimentos em curso por toda a Europa.
Apesar disso, os desafios persistem. Os preços da energia verde continuam elevados e as infraestruturas energéticas revelam-se ainda instáveis e incapazes de dar suporte pleno à eletrificação industrial. O setor, que é intensivo em capital e fortemente dependente da estabilidade energética, exige um enquadramento político que reflita esta realidade.