A Reindustrialização e a Transformação Circular deram o mote para a conferência realizada pela Associação Smart Waste Portugal, em parceria com a Fundação de Serralves e a Magellan, que concluiu a necessidade da transição para a economia circular.

Este encontro teve como objetivo reforçar a importância do envolvimento da cadeia de valor na partilha de desafios, barreiras e de soluções. Serviu também para identificar novas oportunidades para promover a circularidade na economia portuguesa, trazendo as principais tendências de desempenho e de crescimento setorial, perspetivando e sistematizando as próximas linhas de ação para a transição para uma economia circular.

Jose Melo BandeiraJosé Melo Bandeira (Vice-Presidente da Direção da ASWP)

José Melo Bandeira, Vice-Presidente da Associação Smart Waste Portugal, comentou: “Portugal tem um tecido industrial muito significativo, por isso é fundamental promover a sua transição para uma economia circular. Consideramos que podemos ser autossuficientes no desenvolvimento de tecnologias e soluções de fecho de ciclo, envolvendo vários agentes que, para além de reduzirem a produção de resíduos, promovam a valorização destes e de subprodutos, criando valor. Queremos assim passar do conceito de resíduo para passar a falar de recursos. Apesar de Portugal estar abaixo da média europeia, as nossas PMEs já tomam medidas para serem mais eficientes na utilização de recursos e é este o caminho que queremos percorrer apoiando o nosso tecido empresarial enquanto uma entidade parceira neste compromisso”.

De acordo com o Eurobarómetro da Comissão Europeia, com dados relativos a 2017), as empresas têm vindo a tomar algumas medidas em termos de eficiência de recursos, tais como: a redução de resíduos, a poupança de energia, a poupança de materiais, entre outros. Cerca de 41% das empresas nacionais refere que os custos de produção diminuíram, quando implementou ações de eficiência de recursos, e refere haver espaço para melhorias.

Portugal necessita uma política industrial robusta, disseram os participantes, para dar valor acrescentado ao setor industrial. Para tal é necessária tecnologia inovadora para a transição para uma economia circular e a afetação de recursos deve ser reorientada para a transição energética, digital e com menos impacto ambiental.

Antonio Costa e SilvaAntónio Costa Silva (Autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação e Resiliência)

António Costa Silva, autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação e Resiliência, afirmou: “somos uma civilização que transforma recursos em lixo a uma velocidade sem precedentes. Se mantivermos este modelo de desenvolvimento económico, vamos falhar”. António Costa Silva refere que, além de ser necessário cuidar do ambiente, é imperativo mudar a economia, que não é saudável e se baseia num consumo desmedido de recursos. Afirmou ainda: “a reindustrialização não é uma moda, é uma necessidade urgente. (…) As transformações fundamentais são raras e esta é a altura de fazer uma transformação fundamental para ver que planeta, que sociedade e que país deixamos à próxima geração”.

Será necessário haver a requalificação e investimento nas competências e capacitação de ativos, para que haja uma evolução dinâmica dentro da indústria e para que os objetivos relativos à economia circular sejam atingidos, especialmente nas Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas.

A conferência contou a participação de Ana Pinho, Presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Fundação de Serralves, Aires Pereira, Presidente da Direção da Associação Smart Waste Portugal, José Melo Bandeira, Vice-Presidente da Direção da ASWP, António Costa Silva, Autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação e Resiliência, André de Albuquerque, Administrador na Bondalti, Ângelo Ramalho, CEO da EFACEC, António Eusébio, Presidente do Conselho de Administração da Sumol+Compal, Helena Freitas , Coordenadora Geral da Equipa Diretiva do Parque de Serralves, Pedro São Simão, Vogal da Direção da ASWP e Coordenador do Pacto Português para os Plásticos, João Bento, CEO dos CTT, José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group e  Sérgio Faias, Presidente do Conselho de Administração da Docapesca.

A conferência está inserida no Projeto Be Smart - Be Circular, financiado pelo COMPETE 2020.

Associação Smart Waste Portugal

Com 128 associados, a Associação Smart Waste Portugal é uma plataforma de investigação, desenvolvimento e inovação, reunindo várias partes da cadeia de valor, promovendo a cooperação entre entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, na transição para a circularidade.

 

(Parte I)
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