A Índia desenvolveu um novo selo fiscal biodegradável, que poderá substituir os rótulos de segurança à base de plástico amplamente utilizados na indústria de bebidas alcoólicas.

A iniciativa, promovida por uma agência governamental, visa reduzir o uso de plástico e apoiar os compromissos do país com a sustentabilidade. Com mais de 30 mil milhões de selos fiscais utilizados por ano, maioritariamente produzidos com poliéster, esta mudança pode representar uma redução significativa no desperdício de plástico, ao mesmo tempo que reforça a segurança na rotulagem fiscal.

O novo selo, desenvolvido pela National Research Development Corporation (NRDC) — entidade ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia da Índia — é feito com papel técnico biodegradável e sem qualquer componente plástico. Inclui ainda camadas invioláveis, códigos QR, tintas de alta segurança e elementos holográficos. A inovação já está a ser aplicada no território de Ladakh e deverá ser adotada brevemente por outros estados indianos.

“Já fornecemos mais de 10 milhões de etiquetas ‘verdes’ a Ladakh e atualmente fornecemos mais de 40 milhões por trimestre ao governo de Uttarakhand. A NRDC é também parceira da WIPO Green, onde identificamos tecnologias verdes em todo o mundo para integrar na base de dados da Organização Mundial da Propriedade Intelectual,” afirmou Lakshminarayan, responsável de desenvolvimento de negócios da NRDC.

A criação do selo biodegradável faz parte de uma mudança mais ampla nas políticas públicas. Sob a liderança do Primeiro-Ministro Narendra Modi, a Índia tem vindo a integrar tecnologias verdes em diversos setores. Programas como Make in India e Atmanirbhar Bharat estão agora a incorporar princípios de desenvolvimento ecológico e regenerativo.

O selo fiscal biodegradável desenvolvido pela NRDC faz parte da entrada da Índia na economia regenerativa, que será uma componente essencial da próxima revolução industrial”, destacou o Ministro de Estado para a Ciência e Tecnologia, Jitendra Singh.

BioSheal

A NRDC, ativa desde 1953 na investigação de produtos para uso industrial, está a avaliar a aplicação da tecnologia de selos biodegradáveis noutros setores, como a embalagem farmacêutica, a rotulagem agroquímica e a indústria alimentar. A entidade está igualmente a preparar o registo de direitos de propriedade intelectual internacional e a explorar licenças de exportação, sobretudo em países envolvidos no tratado global sobre plásticos da ONU ou nos planos de economia circular da União Europeia.

A Índia é atualmente o país que mais utiliza selos fiscais no setor das bebidas alcoólicas. Cerca de 60% desses selos são ainda produzidos com plástico, enquanto os restantes 40% são de papel. O novo selo, denominado BioSHEAL, encontra-se em fase piloto comercial e inclui dois códigos QR e funcionalidades antifalsificação que permitem rastreamento físico e digital — um conceito conhecido como rotulagem “phygital”.